Criança acorrentada pela mãe ganha repercussão nacional em programa do SBT

                        

O relato de uma criança de 12 anos acorrentada pela própria mãe, que tenta livrá-la do vício das drogas ‘ganhou’ repercussão nacional nesta quinta-feira, 9, com a veiculação do programa Conexão Repórter, do SBT. O programa tratou de medidas extremas adotadas por pais de menores viciados e infratores em várias capitais brasileiras.

Maceió, apontada como uma das violentas do país, foi escolhida pelo jornalista Roberto Cabrini para contar a história de uma família que reside no Conjunto Cidade Sorriso, no Complexo Benedito Bentes, e cujo um dos membros, um menino de 12 anos viciado em drogas, vive preso a correntes depois de se viciar em crack e cometer pequenos furtos na comunidade.

Sem orientação e apoio institucional, a mãe, que trabalha eventualmente como faxineira, decidiu acorrentar o filho há dois anos, que é vigiado por ela e pela mãe, avó do garoto. Na casa simples moram mãe, avó, tia e seis crianças de idades distintas. No dia da entrevista, a família havia tomado café com pão durante a manhã e não comera mais nada no decorrer do dia.

Analfabeto, subnutrido, o menor disse não considerar a sua, uma boa mãe. Questionado sobre o que queria ser quando crescer, o menino disse sonhar ser vendedor de shopping, mas não quis falar sobre seu vício ou delitos cometidos por ele. A fragilidade da criança, no entanto, esconde os problemas que já causou à família.

A avó, em meio a lágrimas, com a chave dos cadeados pendurada no pescoço, disse querer ter uma forma de ajudar o neto. Quanto à mãe do menino, quando perguntada se se considerava uma boa mãe, ela foi taxativa: “Se é para impedir que ele apanhe, faça algo errado ou seja morto por aí, eu acho que faço certo sim, eu sou uma boa mãe”, desabafa.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria da Paz (Sepaz), em casos como o mostrado pelo programa, a secretaria possui uma equipe formada por psicólogos e assistentes sociais, chamada Anjos da Paz, que fazem a triagem dos dependentes químicos, inclusive em domicílio.

Após avaliação, o dependente pode ser encaminhado para uma comunidade de recuperação. A secretaria, no entanto, informa que esse internamento deve se dar de forma voluntária. Caso o dependente não queira tratamento, a família é orientada sobre quais medidas devem ser adotadas para garantir a internação involuntária.

Ainda de acordo com a assessoria, a Sepaz nunca recebeu nenhum chamamento do garoto mostrado na matéria, mas irá acionar o conselho tutelar da região para avaliar a situação.

Fonte: Alagoas 24 horas